O que é dissídio salarial Tecnicamente, o dissídio salarial é um conflito a respeito do reajuste dos salários de um profissional ou categoria, que só é solucionado juridicamente, seja entre empregado e empresa, seja envolvendo sindicatos patronal e trabalhista. A palavra tem origem do latimdissidium, que significa desacordo.
Quando o reajuste é resolvido sem o envolvimento da Justiça, em concordância mútua entre as duas partes, o correto não seria chamá-lo de dissídio. Mas, no jargão do mercado de trabalho, todos nós costumamos usar a palavra como sinônimo do reajuste salarial de uma categoria. Isso tudo é ajustado no Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), um conjunto de cláusulas que determinam qual o aumento salarial até a próxima data-base, quando deve ser fixado um novo acordo. Quando a negociação envolve o sindicato patronal (entidade que representa o empregador), o nome dado ao acordo é Convenção Coletiva de Trabalho. Além do percentual de aumento do salário, que fica por conta da negociação entre as duas partes, a categoria pode reivindicar atualização de benefícios, como auxílio-refeição e alimentação, vale-transporte, plano de saúde e quaisquer outras particularidades da profissão em questão. Quando as duas partes estão de acordo, o documento é homologado na Delegacia Regional do Trabalho e passa a ter a força de uma lei – sujeitando quem não o cumprir a punições. Mas se o acordo fracassa, a Justiça do Trabalho é acionada e tenta intermediar um acerto entre as partes. Se a mediação não resolve o caso, a decisão sobre o percentual do reajuste fica a cargo de um juiz trabalhista. O que é data-base Para se organizar, o empresário precisa saber qual é a data-base da categoria. Ela nada mais é do que a data de vigência do acordo coletivo. Segundo a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), um acordo não pode ter duração superior a dois anos. Na maioria das vezes, ele é válido por um ano. A data-base é o dia 1º de um mês estipulado no acordo. Se ele diz que a data-base cai em junho, por exemplo, quer dizer que o reajuste salarial da categoria passa a valer a partir do dia 1º de junho. É possível que o acordo ou a decisão judicial sobre o reajuste ocorra depois da data-base, o que obriga o empregador a pagar a diferença retroativa nos meses entre a data-base e a homologação do dissídio. Como calcular o dissídio O primeiro passo para saber como calcular o dissídio é identificar qual é o sindicato que representa a categoria profissional dos seus empregados. Se você mesmo encaminhou o registro da carteira de trabalho deles, já deve saber quais as entidades correspondentes. Se não, descubra – nem sempre isso é tão óbvio. Para regular as reivindicações de atendentes de uma loja, por exemplo, pode haver uma Associação dos Funcionários do Comércio. Mas também é possível que exista um sindicato para a área específica do setor de comércio. Aplicando o reajuste Identificando o sindicato, você estará a par do acordo vigente e das possíveis negociações para o próximo reajuste. Calcular quanto será o novo salário de cada funcionário após a próxima data-base é muito fácil - basta uma simples regra de três para chegar ao que o percentual representa em reais e, assim, descobrir como calcular o dissídio. Para facilitar, use a fórmula SR = SA + (SA x PR)/100, ou seja, salário reajustado (SR) é igual ao salário atual (SA) mais o salário atual vezes o percentual do reajuste (PR) dividido por 100. Ainda está confuso? Vamos a um exemplo, no qual o salário atual (SA) é R$ 1.500,00, e o reajuste (PR) acordado com a categoria é de 7%. SR = SA + (SA x PR)/100 SR = 1500 + (1500 x 7)/100 SR = 1500 + 10500/100 SR = 1500 + 105 Salário reajustado = R$ 1.605,00. Para calcular o reajuste dos seus funcionários, substitua o 1500 pelo salário atual deles e o 7 pelo percentual de reajuste da categoria. Dissídio proporcional Em alguns acordos e convenções coletivas, a empresa não precisa pagar o reajuste completo a profissionais que foram admitidos depois da última data-base. Por exemplo, se a última data-base é 1º de junho do ano passado e o trabalhador foi contratado 1º de janeiro do ano corrente, terá trabalhado apenas cinco meses até o próximo dissídio. Se o acordo permitir, o empregador paga apenas o proporcional a esses cinco meses (no exemplo acima, em vez de 7%, seria 2,9%), e não o reajuste integral. Mas há empresas que optam por pagar o reajuste integral a todos os funcionários por terem um plano de salários a ser cumprido, sem diferença entre salários de empregados da mesma função. Dissídio retroativo Utilizando novamente o exemplo da data-base em 1º de junho, se o acordo ou dissídio só é homologado meses depois, o empregador deve pagar a diferença retroativa referente a esses meses, considerando apenas os dias trabalhados. Categoria sem sindicato Pode acontecer de alguns funcionários não serem representados por sindicato algum. Nesse caso, terão de reivindicar por conta própria seus ajustes salariais. Há, na legislação brasileira, uma lei de 1984, que exige a correção automática semestral dos salários de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). O contexto era outro, de inflação galopante, e hoje a lei não é mais considerada (apesar de não ter sido revogada), em detrimento à Lei 10.192/2001, mais recente, que proíbe os reajustes automáticos vinculados a qualquer índice de preços. Se há mais de 200 empregados vinculados à empresa, eles têm o direito de escolher um representante com estabilidade para reivindicar os reajustes e outras demandas dos trabalhadores. Não tendo esse número, a empresa pode, por iniciativa própria, incentivar a escolha de um representante entre os seus funcionários, para que as reivindicações e negociações sejam centralizadas e facilitadas.
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Por que os países não imprimem mais dinheiro para resolver os problemas financeiros da população?6/2/2016 Injetar mais moeda na economia para resolver os problemas financeiros de um país pode gerar uma superinflação, que nada mais é do que o aumento de preços. Para você entender melhor vamos exemplificar de uma forma mais didática.
Vamos supor que o governo imprimisse e enviasse à população um envelope cheio de dinheiro. As reações seriam basicamente as mesmas: pagamento de dívidas, investimentos em negócios para uma renda futura e, claro, compras. E é na compra que mora o problema. Vamos supor que você queira gastar parte desse dinheiro adquirindo um Xbox, com certeza você não seria o único. Isso já representaria um problema para a loja que vende o produto. Dois cenários podem ser considerados: a loja manteria os preços, mesmo que não existam Xbox suficientes para atender a demanda, ou ela aumentaria os preços e lucraria cada vez mais. A decisão mais óbvia seria a de aumentar os preços (o que também aconteceria com todos os outros varejistas) e aí teríamos uma inflação maciça e dinheiro desvalorizado. Isso porque o aumento do poder de compra da população subiu, e como consequência disso, os preços também. Contudo, vamos considerar o cenário em que a loja resolveu não aumentar os preços. Para que o preço do Xbox se mantenha estável, o fornecimento terá que atender toda essa demanda adicional. Se o produto acabar, certamente que o preço irá subir, isso porque os consumidores (que agora têm um envelope cheio de dinheiro, lembra?) vão estar dispostos a pagar o preço que for para adquirir o produto. No entanto, o nosso cenário não envolve alta de preços, sendo assim, a loja teria que estar de acordo com a produtora, a Microsoft no caso, para aumentar a produção sem aumentar o valor do produto. Certamente isso não seria possível em algumas empresas, pois, aumentar a capacidade de produção implicaria em aumentar o quadro de funcionários, o maquinário e até mesmo o espaço. Seguindo essa lógica, a Microsoft teria que comprar mais peças e teria que convencer os seus distribuidores a não aumentarem os preços, e isso acontece em toda a cadeia de produção. Se a Microsoft pretende produzir mais Xbox, vai precisar de mais horas de trabalho de um funcionário, o que implicaria em um aumento de salário – que é essencialmente um preço incluso no valor que pagamos pelo produto. A empresa teria que aumentar os salários ou contratar mais funcionários. Porém, esses trabalhadores fazem parte da população que recebeu um envelope cheio de dinheiro, então o que acontece? Vamos supor que um desses funcionários seja você: com seu poder aquisitivo aumentado, você estaria disposto a aumentar a sua carga horária no trabalho? Sendo assim, as pressões do mercado vão sempre exigir um aumento, que é inevitável para que o lucro continue subindo. Isso é a inflação, é o que aconteceria se o governo resolvesse injetar dinheiro na economia. Para isso, eles trabalham com políticas monetárias e fiscais que controlam as taxas de inflação de acordo com o cenário econômico do país. Resumindo, de acordo com o site Thinkinganutshell, “riqueza não é criada através da impressão de dinheiro, ela só é representada por isso. Quando você imprime mais dinheiro sem aumentar sua riqueza, cada nota representa uma fatia menor do bolo que você acabou de cortar”. Fonte:http://www.jornalciencia.com/por-que-os-paises-nao-imprimem-mais-dinheiro-para-resolver-os-problemas-financeiros-da-populacao/ |